Preço político para governo frear CPI do INSS será alto, afirma Dharma

Creomar de Souza, CEO da consultoria Dharma, pondera que o presidente Lula enfrenta dificuldades no uso de capital político na busca de apoio do Congresso Nacional e, por isso, pode enfraquecer a tentativa do Planalto de barrar Comissão
Publicado em 12/05/2025 as 08:48

O governo federal enfrenta um desafio significativo na tentativa de barrar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conforme análise do cientista político Creomar de Souza, CEO da consultoria de análise de risco político Dharma, durante participação no programa WW Especial.

Segundo o cientista político, “governos têm uma capacidade de destruição de pautas que é sempre muito maior do que a capacidade de construção de pautas”. No entanto, ele ressalta que o custo político para frear esse processo tende a ser elevado.

O analista destaca a atual fragilidade do governo e a dificuldade em mobilizar capital político para negociar com um Congresso pouco disposto a se afastar de seus interesses corporativos.

“É um governo que está numa situação difícil, é frágil, diante de um Congresso que tem muito pouco interesse em se mover para longe dos seus próprios interesses corporativos”, afirma Souza.

Outro ponto levantado é a possível aderência da população à pauta da CPI. Embora as questões de corrupção tenham perdido densidade nas pesquisas de opinião pública recentemente, o surgimento desse escândalo pode reacender o interesse popular no tema.

O papel da oposição e a comunicação eficaz

Souza destaca o papel da oposição, especialmente na figura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que demonstra uma “curva de aprendizagem significativa em termos de comunicação”. Essa habilidade comunicativa pode amplificar o “burburinho” em torno do caso, pressionando ainda mais o governo, avalia o CEO da Dharma.

Creomar de Souza conclui que, enquanto o governo “bate cabeça” na questão essencial de como ressarcir as pessoas afetadas pelo escândalo no INSS, a oposição ganha terreno na narrativa pública. Esse cenário complexo apresenta um dilema significativo para a administração federal, que precisa equilibrar a gestão da crise com a manutenção de sua base de apoio no Congresso.

 

 

 

Fonte: CNN Brasil